quarta-feira, 1 de agosto de 2012


Cinema trash ganha mostra no Itaú Cultural

A 4ª edição do Cinema de Bordas traz 23 produções que exploram o cinema de poucos recursos

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Cena de Vermibus, produção de Rubens Mello, que filma em Guarulhos. A fita faz parte da programação do Cinema de Bordas (Foto: Divulgação)
Por Soraia Yoshida
Pode chamar de estética “tosca”, “impura” ou simplesmente “trash”. O nome pouco importa, o que eles querem é fazer cinema, seja usando um amigo ou parente como ator ou filmando em um cenário improvisado. A partir desta quarta-feira (01/08), 23 produções do gênero podem ser vistas no Itaú Cultural, durante a 4ª edição do Cinema de Bordas. A programação abre com um bate-papo hoje às 20h com os pesquisadores Bernadette Lyra, Gelson Santana e Laura Cánepa, curadores do evento, e a exibição de quatro filmes, incluindo Onde Está o Meu Rim? e Extermínio Ambiental, ambos de Renato Dib.
Neste ano, a mostra apresenta três estréias, entre elas a Maudição da Casa de Vanirim, de Manoel Loreno, o “Seu” Manoelzinho, uma figura conhecida desse universo de produção trash. Um dos primeiros filmes realizados por ele no nordeste capixaba conta com a participação dos moradores da cidade de Mantenópolis como atores. A fita foi gravada originalmente em VHS e ficou “perdida” durante 15 anos, ganhando somente agora sua primeira apresentação.

Black Power Jones, de Igor Simões Alonso, que faz suas produções em Osasco (Foto: Divulgação)

As outras duas estreias são Black Power Jones, de Igor Simões Alonso, sobre marginais e aficionados que freqüentam as lutas clandestinas. Vermibus é outra produção inédita, com direção de Rubens Mello e um roteiro que começa como conto regional para depois explorar o macabro.
Para quem vai se iniciar no gênero, vale prestar atenção aos créditos dos filmes. Como se tratam de produções caseiras, muitos diretores acabam se envolvendo nos projetos dos outros – o que leva à repetição de nomes de profissionais nos créditos. É quase como brincar de “Onde está Wally?” no cinema underground. Para documentar o avanço do cinema trash em São Paulo, Gelson Santana lança hoje o livro Cinema de Bordas 3, com artigos e estudos aprofundados sobre esse tipo de produção.

A Maudição da Casa de Vanirim, de Manoel Loreno, o Seu Manoelzinho, feita em 1987 em VHS (Foto: Divulgação)
Além da programação, o Cinema de Bordas terá também uma oficina de cinema ministrada por Joel Caetano, da Recurso Zero Produções, produtora que realiza filmes de ficção de baixo orçamento, mas com qualidade técnica e narrativa. As aulas devem estimular a criatividade e provar que é possível fazer cinema com poucos recursos.

Mostra Cinema de Bordas. De 1 a 5/8, qua. a dom. Grátis (ingressos distribuídos com meia hora de antecedência). Itaú Cultural, Avenida Paulista, 149, Cerqueira César, tel. 2168-1776 e 2168-1777, itaucultural.org.br.

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