Paris sob o olhar dos impressionistas

Uma mostra inédita expõe 85 obras do Museu D’Orsay, incluindo quadros de Monet, Gauguin, Degas e Cézanne

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La Salle des Dances à Arles, pintura do mestre holandês Vincent Van Gogh que integra a exposição do Impressionismo (Foto: Divulgação)

Por Maria Fernanda Vomero

A velha Paris de ruas escuras e decadentes, ao longo do século 19, deu lugar a uma metrópole moderna, iluminada e remodelada segundo um ousado planejamento urbanístico. Muitos artistas importantes, atraídos pela efervescência cultural da capital francesa, passaram por ali naquele período – e tentaram captar em suas telas personagens, paisagens, cenas cotidianas e o frenesi da Cidade-Luz. Boa parte desses trabalhos atualmente compõe o extraordinário acervo do Museu d’Orsay, um dos mais importantes do mundo. É de lá que vêm, pela primeira vez ao Brasil, as 85 obras-primas que constituem Impressionismo: Paris e modernidade, obras-primas do acervo do Museu D’Orsay de Paris, França.

A mostra está dividida em seis módulos. Três deles são dedicados aos artistas que pintaram o burburinho da vida urbana: “Paris: a cidade moderna”, “A vida urbana e seus autores” e “Paris é uma festa”. Os demais módulos se voltam aos trabalhos daqueles que buscaram inspiração bem longe da agitação da capital: “Fugir da cidade”, “Convite à viagem” e “A vida silenciosa”.

Trata-se de uma oportunidade rara de ver de perto as cenas e os bastidores da vida burguesa pintados por Edgard Degas (1834-1917) e Pierre Auguste Renoir (1841-1919); o universo das prostitutas retratado por Henri Toulouse-Lautrec (1864-1901); as pinceladas poéticas de Paul Cézanne (1939-1906) e o olhar de Paul Gauguin (1848-1903), Vicent Van Gogh (1853-1890) e Claude Monet (1840-1926) para o interior da França, tão distante do imaginário parisiense – o que inclui temas bucólicos, mas também flashes de cidades pitorescas, como Arles, onde Gauguin e Van Gogh moraram. A exposição proporciona um panorama do que foi o Impressionismo, movimento artístico que rompeu com os padrões realistas, deu ênfase à sensibilidade do artista e se caracterizou pelas pinceladas soltas e foco no uso das cores e da luz.

Para acomodar o público logo na estreia, o CCBB decidiu instituir a Virada Impressionista, que passará a valer a partir das 15h deste sábado até as 22h do domingo, em uma grande visitação que se estenderá pela madrugada. De novo, é uma oportunidade única de passar a noite com Van Gogh, Monet, Manet, Gauguin, Cézanne e outros impressionistas.

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Le Bassin Aux Nymphéas, Harmonie Verte, de 1899, pintura Claude de Monet (Foto: Divulgação)

IMPRESSIONISMO: PARIS E MODERNIDADE, OBRAS-PRIMAS DO ACERVO DO MUSEU D’ORSAY DE PARIS, FRANÇA De 4/8 a 7/10, ter. a dom. 10h/22h. CCBB: R. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651. Grátis.