segunda-feira, 17 de setembro de 2012


Interlagos vive seu dia de Le Mans

Com apoio de Emerson Fittipaldi, as 6 Horas de São Paulo colocam a cidade no calendário de mais uma categoria de ponta do automobilismo, o Campeonato Mundial de Endurance

DIVERSÃOESPORTES - - 17/09/2012

Festa no pódio com as equipe da Toyota (vencedora da prova com os pilotos Alexander Wurz e Nicolas Lapierre), e da Audi, que garantiu o segundo e terceiro colocados (Foto: Florent Gooden/Fiawec.com)
Por Luiz Salomão
O clima quente marcou o sábado, 15, em Interlagos. E não foi só pela temperatura de quase 30º C que os termômetros indicavam. Dentro do autódromo, a disputa pegou fogo. Minutos antes da largada, o ex-piloto Emerson Fittipaldi, principal responsável pela realização da prova em São Paulo, acompanhou a execução do Hino Nacional no grid, mantendo a mão direita sobre o lado esquerdo do peito. Apesar de ser a primeira vez que uma etapa do Mundial de Endurance era disputada no Brasil, as cores do país estavam presentes no autódromo. O trio brasileiro formado pelos pilotos Francisco Longo, Alexandre Negrão, Enrique Bernoldi, que iriam se alternar ao volante da Ferrari F458 Itália, se envolveu numa colisão com mais três carros na curva do Lago, logo nos primeiros metros após a largada. O carro foi para o box, passou por reparos, mas ficou fora da briga pelos primeiros lugares na categoria LMGTE-Am, em que competem só amadores.
A Ferrari pilotada pelos brasileiros Francisco Longo, Alexandre Negrão, Enrique Bernoldi (Foto: André Lemes)
Para os brasileiros que ocupavam a arquibancada de Interlagos, a esperança de uma vitória verde-e-amarela estava nas mãos de Lucas Di Grassi, pilotando o carro #2 da equipe Audi Sports, junto com o dinamarquês Tom Kristensen e o escocês Allan McNish. O carro do trio, um Audi R18 ULTRA, era um dos favoritos para vencer a prova na categoria principal, a LMP1, restrita a profissionais. Tanto que largou na primeira fila, atrás do Toyota TS030, também híbrido (com um motor a explosão e outro elétrico).
Ainda em seu primeiro ano na categoria, a Toyota surpreendeu não só por largar na pole position (pilotada por Nicolas Lapierre), mas por colocar um ritmo forte, se distanciando dos carros da equipe Audi (que largaram em segundo e terceiro) já nas primeiras voltas.
O carro que largou em primeiro, pilotado por Nicolas Lapierre, foi o vencedor da prova na categoria mais rápida, a LMP1, com o tempo de 6 horas, um minuto e oito segundos (Foto: André Lemes)
Na primeira parada para reabastecer, após 47 minutos de prova, o carro da Toyota já estava 10 segundos à frente do Audi, àquela altura pilotado por McNish. A vantagem foi mantida – e ampliada – até a bandeirada final, após seis horas de uma das corridas mais quentes dos últimos tempos. Com 160 voltas completadas, Nicolas Lapierre, da Toyota, colocou uma volta à frente do carro #1 da Audi, que vinha em segundo lugar.Até quatro voltas do final, a Toyota conseguiu manter essa vantagem, que só foi descontada pelos dois Audi quando o carro japonês precisou abastecer. Os três carros completaram 247 voltas.

O espírito Le Mans
Para quem está acostumado a assistir às provas de Fórmula 1 ou Indy, pode causar estranheza o fato de no mundial de endurance correrem lado a lado carros com desenho e performance tão diferentes, alguns mais parecidos com carros de corrida, outros idênticos aos que vemos nas ruas, caso das Ferraris e Porsches. Mais espantoso ainda é que eles seja pilotados tanto por amadores quanto por profissionais. Então aqui vai uma explicação. O “espírito Le Mans”, um estilo de corrida que se popularizou pela prova de 24 horas disputada no circuito que lhe empresta o nome, na França, se caracteriza por ser uma prova de resistência (termo que em português equivale a “endurance” em inglês). Por isso a prova de Le Mans não apenas dura um dia inteiro como admite carros e pilotos de diferentes perfis. A ideia é que todos possam contribuir, de alguma forma, para melhorias constantes na indústria automobilística.
O piloto brasileiro Fernando Rees, que até o final da segunda hora liderou com seu Corvette/Larbre na LMGTE-Am (categoria grand turismo para amadores) (Foto: André Lemes)
A adoção de modelos híbridos, como o Toyota TS030e o Audi R18, é um sinal claro de o quanto a tecnologia de substituição de combustíveis fósseis pode evoluir rapidamente nos carros que dirigimos. Além das 6 horas de São Paulo, que deve se repetir em 2013, o calendário inclui as 12 horas de Sebring (EUA), as 24 horas de Le Mans e provas de seis horas no Bahrain, Fuji (Japão), Sangai (China) Silverstone (Inglaterra), e Spa Francochamps (Bélgica).


Nenhum comentário:

Postar um comentário