domingo, 30 de setembro de 2012


Marcelo Bratke faz de Tom Jobim Plural o seu retrato do Brasil

O pianista e maestro brasileiro comanda um espetáculo multimídia que reúne imagens da natureza a releituras inusitadas de canções de Tom Jobim

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O espetáculo multimídia Tom Jobim Plural reúne a Orquestra Camerata Brasil, sob o comando de Marcelo Bratke, e imagens da artista plástica Mariannita Luzzati (Foto: Divulgação)

Por Soraia Yoshida
Descrever Tom Jobim Plural como um espetáculo multimídia de música erudita para as massas não estaria muito longe da verdade. Ao mesmo tempo, seria uma visão muito simplista de um concerto que convida a plateia para viver uma experiência em que a música carrega o ouvinte pela obra de Antonio Brasileiro Jobim, com imagens captadas pelo Brasil afora. “É um retrato do Brasil”, afirma o pianista e maestro Marcelo Bratke, que comanda a Orquestra Camerata Brasil neste domingo, a partir das 11h na Sala São Paulo. “E a gente quer levar esse retrato para o mundo inteiro”.
O pianista e maestro brasileiro Marcelo Bratke (Foto: Romulo Fialdini / Divulgação)
Iniciado em julho, o Tom Jobim Plural vem percorrendo as cidades brasileiras em um trabalho que bem pode ser definido como “work in progress”. Idealizado pelo maestro e pela artista plástica Mariannita Luzatti, responsável pela captação de imagens, o espetáculo vai se moldando aos filmes e vice-versa. A cada concerto, novas imagens entram para o repertório, o que muda arranjos, a performance dos músicos, às vezes até o set list. “Há momentos em que a plateia está concentrada nos músicos, mas no instante seguinte o telão mostra um filme com árvores ou flores que parecem crescer e isso muda tudo”, diz Bratke.
Para o maestro, além de única, a experiência tem sido uma oportunidade “para relaxar”. “É muito gostoso estar no palco com essa dinâmica diferente, em que fugimos daquela luz dura sobre o músico no concerto”, afirma. Os paulistanos terão a oportunidade de ver um novo filme que Mariannita está terminando de editar, com imagens colhidas durante sua passagem por São Luís do Maranhão.
A reação do público também acompanha o fluxo de Tom Jobim Plural, com alguns “ooohs” e “aaahs”, conforme as imagens se sucedem. O repertório, que inclui composições como “Modinha”, “Saudades do Brasil”, “Choro”, “As Praias Desertas”, “Sabiá”, “Wave”, “Luiza” e “Samba de Avião”, tem sido explorado com a inclusão de instrumentos e ritmos brasileiros. O congo do Espírito Santo acabou se transformando na batida de “Garota de Ipanema” durante a apresentação há quase um mês em Londres. A canção, que não faz parte do repertório original da turnê, foi um pedido especial, e fez a plateia dançar ao final do concerto. “Ao juntar o rústico com a sofisticação, foi como se nós tivéssemos promovido o casamento do king Kong com aquela loirinha que aparece na música”, diz Marcelo Bratke, rindo. “Por isso esse espetáculo é tão divertido para nós”.
Neste ano, Bratke e a Orquestra Camerata Brasil (formada por jovens desprivilegiados do Espírito Santo) ainda se apresentam em Vitória, Belo Horizonte e Corumbá. No próximo ano, já estão acertadas algumas datas internacionais, que os levarão para Roma, Sarajevo (Bósnia e Herzegovina) e Zagreb (Croácia) – onde apresentam uma versão diferente, que inclui Tom Jobim, Villa-Lobos e Ernesto Nazareth. E, quem sabe, até a Copa de 2014 para mostrar no show de abertura o que é que o Brasil tem.
 
TOM JOBIM PLURAL Dia 30, dom. 11h. Grátis. Sala São Paulo: Praça Júlio Prestes, 16, Luz, tel. 3367-9500.

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