quarta-feira, 30 de maio de 2012


… e o Itaquerão sobe

O estádio que sediará a abertura da Copa do Mundo de 2014 tem suas histórias

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Operários trabalham na construção do Estádio do Corinthians na zona leste, o Itaquerão, que sediará a abertura da Copa em 2014 (Fotos: Simon Plestenjak)
Por Fernanda Nascimento
O primeiro time chega cedo ao vestiário. Já de uniforme, todos seguem para a concentração, onde escutam a preleção do técnico, fazem alongamento e rezam um pai-nosso com as mãos levantadas. O apito inicial soa como uma britadeira ou um caminhão dando a partida. Às 7h30, mais de mil trabalhadores ouvem as instruções de segurança e entram em campo: o canteiro de obras em Itaquera, onde está sendo erguido o antigo sonho do estádio corintiano. “Todo trabalhador tem direito a uma casa. O Corinthians não trabalhou? Agora, também vai ter a sua; e vai ficar muito bonita”, diz o armador José Neres, orgulhoso.
Desde maio do ano passado, quando as primeiras estacas foram fincadas no futuro gramado do Timão, Neres sonhava em construir o estádio do seu time. Conseguiu o emprego em janeiro para trabalhar na pré-moldagem, onde são fabricadas as peças que, em seguida, serão usadas na estrutura da arena. A posição em que atua faz de Neres um jogador estratégico para a missão de desembolar o meio de campo e entregar tudo pronto em dezembro de 2013.
Cerca de 160 máquinas, entre caminhões, guindastes e tratores, circulam pelo terreno de 198 mil metros quadrados.
O gramado será plantado apenas seis meses antes da entrega, mas já é possível se acomodar na arquibancada leste, cujos degraus esperam os bancos que acomodarão os torcedores. Serão 48 mil lugares permanentes. Outros 20 mil assentos temporários serão colocados pela Fifa para a Copa.
Para manter o cronograma em dia, a partida segue ininterrupta e avança madrugada adentro. No total, mais de 1,6 mil funcionários se revezam em três turnos. Os trabalhadores só deixam o capacete de lado para rezar, almoçar e… jogar dominó.
“Tem dias em que eu nem como direito para ter mais tempo para jogar”, diz o pedreiro Gilvan Leite. Os operários aglomeram-se em torno de oito mesas de plástico no espaço batizado de “recanto do guerreiro”, onde passam o intervalo após a refeição. As partidas, com duplas esperando sua vez, logo dividirão espaço com outra atração. Neste mês, uma quadra de futebol society será inaugurada no canteiro. Entre os 40 times formados, a disputa mais esperada é entre as equipes do Barcelama e do Ruimadri.

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