Sou um entre eles. Imagino que você também.
Elas revolucionaram as séries policiais com sua dedicação extraordinária ao ofício de caçar criminosos – e seus atributos físicos de fêmeas extraordinariamente atraentes em sua plenitude ma­dura na faixa dos 30, 40 anos. São as responsáveis pelo sucesso planetário de Killing (Sarah), Homeland (Carrie) e The Bridge (Saga).
Claire Danes, a Carrie de Homeland
São iguais, mas diferentes. (Gostei dessa definição da marafona colombiana que brigou com um agente secreto americano que não quis pagá-la depois de uma noite de trabalho. Ela disse que era escorte, não prostituta. Escorte é iPhone ou Blackberry, disse ela, e prostituta é um celular qualquer nota.)
As semelhanças entre elas são óbvias. A graça com que seguram uma arma, a obsessão com que buscam pistas que permitam completar o quebra-cabeça por trás de um crime, o glamour improvável que emprestam a uma atividade tão pouco valorizada como a de policial, a beleza (não suficientemente escondida) por trás de roupas quase masculinas, as fantasias que provocam em espectadores de to­das as partes. São solitárias como gran­des heróis masculinos das histórias policiais, como o Marlowe de Raymond Chandler – e ao mesmo tempo cobiçadas em vão por todos nós.
Mireille Enos, a Sarah de Killing
Despertam no público masculino uma vontade terna de segurá-las no co­lo depois de uma jornada particularmente estafante para depois penetrá-las epicamente e assim, com o prazer, compensá-las dos dissabores do dia.
As diferenças são sutis.
Saga, escandinava, loira como uma viking, não mente. É de uma sinceridade chocante. Uma vez o policial com quem ela está trabalhando num caso pergunta a ela o que fez no dia anterior. “Sexo”, responde ela, como se estivesse dizendo que tinha ido visitar uma tia velha. Quando sente desejo, Saga vai a uma casa noturna e escolhe um homem para copular no apartamento dela. Satisfeita, parece esquecer que tem alguém a seu lado na cama.
Sofia Helin, a Saga de The Bridge
Carrie é bipolar. É agente da CIA e perde o resto de sanidade no esforço de descobrir se um sargento que retornou como herói aos Estados Unidos depois de anos de cativeiro entre terroristas árabes virou, ele próprio, um terrorista islâmico. Carrie numa hora acha que sim, noutra que não, e nessa oscilação acaba fazendo um sexo tão bom com o suspeito que quer repetir e repetir, e repetir.
Sarah é a pioneira entre elas. Abriu o caminho para as duas com Killing. Não sorri, não se maquia, usa quase sempre o mesmo pulôver – e fascina não apenas homens como mulheres. Recentemente, Camilla Bowles Parker, a mulher do Príncipe Charles, confessou que é viciada em Sarah e em Killing.
Minha preferida é Saga. Por uma razão: faz sexo como os homens. Sem muita conversa nem antes, nem durante, nem, principalmente, depois.
Matéria publicada na Revista VIP de junho de 2012.
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