quinta-feira, 19 de julho de 2012


Trainees olímpicos

De olho nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, 18 jovens judocas vão acompanhar os atletas que defenderão o Brasil nos tatames de Londres

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Apoio tático. A partir da esquerda: Gabriela Chibana, Flávia Gomes, Dione Barbosa, Vinícius Panini, Nádia Merli e Fabiana Santos, no Clube Pinheiros. Atuação nos bastidores da competição (Foto: Arthur Nobre/Época SP)
Por Denise Dalla Colletta • Foto Arthur Nobre
No dia 27 de julho, 18 jovens judocas brasileiros, dez deles moradores da capital, vão assistir à abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Até então, a rotina deles tinha sido marcada por quatro horas de treinamento pesado de segunda a segunda. Mas não por nervosismo. “Não temos a obrigação de voltar com medalhas”, diz uma das representantes do grupo, Dione Barbosa, de 20 anos, do Clube Pinheiros.
Falta de empenho ou de patriotismo? Nada disso. Esses atletas foram selecionados para participar de uma espécie de programa de trainee da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Vão ajudar nos treinos dos judocas classificados e assistir aos combates. O objetivo do projeto, batizado de Rumo ao Rio 2016, é ambientar aqueles que apresentam potencial para disputar a Olimpíada do Rio de Janeiro ao dia a dia da competição. “Eles vão acompanhar a equipe principal até durante as refeições”, diz Ney Wilson, coordenador técnico da Seleção Brasileira de Judô. “É uma forma de diminuir o nervosismo deles no futuro.”
A iniciativa é inspirada no programa Vivência Olímpica, do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que levará 16 jovens atletas, das mais diversas modalidades, como tiro, natação, tênis de mesa e ginástica artística, para atuar nos bastidores dos Jogos de Londres. Os judocas foram escolhidos pela comissão técnica da CBJ a partir de uma lista elaborada pelos atletas veteranos. Ter no máximo 23 anos e passado pela categoria de base do esporte eram os pré-requisitos. Vinícius Panini, de 22 anos, será o sparring de Tiago Camilo, campeão mundial e medalhista de bronze em Pequim, em 2008, e de prata em Sydney, em 2000. “Nós dois vamos sair ganhando com essa interação”, diz Panini. “Vou ajudá-lo a se preparar para as lutas e aprender a controlar minha ansiedade.” Flávia Gomes, de 18 anos, ficará à disposição de Rafaela Silva, que faturou uma medalha de prata no Pan de Guadalajara, em 2011. “Se ela precisar, também darei apoio psicológico”, conta Flávia.
Nada de farra
Eles vão ficar hospedados em Sheffield, a três horas da capital da Inglaterra, junto com os convocados para a Olimpíada. As despesas de todos com acomodação, refeições e passagens aéreas serão custeadas pelo COB, que não divulgou valores. Diversão, juram os trainees em coro, não está nos planos da turma. “Na minha mala vão entrar apenas quimonos, uniformes e uma ou outra roupa mais bonita para ir à praça de alimentação do centro de treinamento”, conta Nádia Merli, de 19 anos. Um ano mais nova, Gabriela Chibana demonstra igual profissionalismo. “Já melhorei meu nível só de lutar com a equipe principal durante a convocação do projeto”, afirma ela. “Isso mostra que a parceria pode render bons resultados em 2016, no Rio de Janeiro.”

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