Foto: Sergio Barzaghi / Gazeta Press
Com um minuto de jogo, Felipão já olhava para o relógio. Parecia preocupado. Pudera: oPalmeiras jogava contra um Coritiba forte, dentro do caldeirão do Couto Pereira. Mais do que isso, enfrentava uma onda de azar inacreditável, que contaminou o alviverde imponente com lesões, doenças, sequestros, discussões entre diretores, assaltos e suspensões amalucadas… Não que tudo isso tenha causado espanto ou surpresa: os últimos dias do Palmeiras foram apenas uma caricatura fiel dos anos recentes. Desorganização extra-campo, descrença da torcida e piada pronta para os contrários.
A última olhada de Felipão no relógio deu-se aos 48 minutos do segundo tempo. O Verdão, que precisava levar mais três gols para perder a taça, segurava o empate por 1 a 1. Mesmo assim, o treinador parecia apreensivo, suplicando pelo apito final do juiz. E ele veio. O Palmeiras levou. Aos trancos e barrancos, com jogador claudicando em campo (um heroico e lesionado Luan), o alviverde sagrou-se campeão da Copa do Brasil e conquistou uma vaga para a Copa Libertadores de 2013.
Trôpego e desacreditado tal qual Luan, o Palmeiras assume a hegemonia de conquistas nacionais. O caneco não rasura as manquitoladas do gigante alviverde, mas devolve ao seu sofrido torcedor o orgulho de vestir a camisa e o prazer de gritar “é campeão”. Desta vez com as próprias – e tortas, é verdade – pernas, sem nenhuma parceria, o que não ocorria desde 1976. Um campeão na garra, na luta, na entrega, na hombridade. Contra fantasmas interiores e exteriores… Um título com a cara de Felipão. Uma conquista assim, nos fios do bigode.
Reveja os gols do jogo:
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