Você já parou para pensar que os países com maior tradição cervejeira, como Ale­­manha, Inglaterra e Bélgica, têm um inverno dez vezes mais frio do que o nosso? E que mesmo na friaca os alemães, os ingleses e os belgas continuam a beber cerveja?
Pense também que esses caras não põem o bermudão para tomar uma gelada numa mesa de alumínio ao ar livre na neve. Assim como o vinho e os destilados, as cervejas de inverno devem aquecer. A sensação de calor vem do álcool e do corpo da bebida, com um bônus: quanto mais for­te e encorpada a cerveja, menos fria ela precisa estar.
A pilsen que a gente bebe no verão tem entre 4% e 5% de álcool. Mire acima disso ao escolher a bebida de inverno. Já o corpo não se mede em números: é a percepção, na boca, de que algumas cervejas são concentradas e pesadas e outras leves – ou, em termos menos simpáticos, diluídas, aguadas. O álcool é um dos fatores que influem no corpo, mas há vários outros.
Se isso não fosse subjetivo o bastante, o visual também faz seu papel. Embora as cervejas escuras não sejam necessariamente mais fortes e encorpadas, elas parecem ser. Vai dizer para o seu cérebro que elas não são…
Muitas vezes, álcool, corpo e cor vêm juntos. É o caso do estilo imperial stout, forte como um vinho, negra e densa como petróleo. Às vezes, a aparência engana: as ales belgas, mesmo as mais clarinhas (como a tripel e a strong golden ale), são potentes em álcool e de sabor intenso, encorpado.
Em especial na tradição alemã, as cervejas mais fortes são sazonais, lançadas somente nos meses frios. Esse costume foi exportado para outros paí­ses, inclusive o Brasil, onde a sazonalidade é mais ou menos respeitada. Procure aquelas cujo estilo tenha no nome a palavra bock: doppelbock, hellesbock, weizenbock, e assim por diante.
Por último: não gele demais essas cervejas, você vai matar o sabor. E beba aos poucos, apreciando cada gole, num lugar protegido do frio e ao lado da sua gata favorita.
Wäls Petroleum, Brasil
(russian imperial stout,12%), R$ 16,50, em cervejasocial clube.com.br
Duvel, Bélgica
(strong golden ale, 8,5%), R$ 18,08, em paodeacucar.com.br
Ducato Winterlude, Itália
(tripel, 8,8%), R$ 33, em altodospinheiros.com.br
Bamberg St. Michael, Brasil
(weizenbock, 8,2%), R$ 77, em altodospinheiros.com.br
Baden Baden Celebration, Brasil
(doppelbock, 8,2%), R$ 20,95, em costibebidas.com.br

Dose de ouro
Brasil recebe carga preciosa de conhaque raro – um copo não custa menos de R$ 1 200
Os endereços mais exclusivos do Rio e de São Paulo incluíram na carta de drinques o conhaque Louis XIII, da Rémy Martin. Quem estiver preparado para pagar pelo menos R$ 1 200 por uma dose vai degustar os seguintes números: 1 200 destilados diferentes na composição do blend, envelhecimento de 40 a 100 anos e uma garrafa de cristal que precisa de 11 artistas para ser esculpida. O felizardo que comprar a garrafa inteira em supermercados de luxo vai economizar alguns milhares de reais: ela custa somente R$ 9 500. A seguir, os restaurantes, bares e hotéis onde a preciosa bebida pode ser apreciada.
RJ: Antiquarius, Mio e Londra
SP: Emiliano, Fasano, Bar Numero, D.O.M. e Unique
Um brinde à rainha
Outro destilado de luxo que chega ao Brasil é a edição comemorativa do uísque Royal Salute, um blended 21 anos fabricado na Escócia pela companhia Chivas Brothers. O lançamento celebra os 60 anos de reinado de Elizabeth II e vem numa garrafa especial de porcelana. O preço sugerido é de R$ 750.

Vinho francês de Portugal
“É inegavelmente o melhor vinho português que eu já provei”, escreveu o crítico americano Robert Parker sobre o Pinteivera 2009. Feito no Douro com a variedade tinta touriga nacional, pela companhia francesa Chapoutier (detentora de rótulos premiadíssimos na região do Rhône), ele acaba de chegar ao Brasil pelas mãos da importadora Mistral. O preço, US$ 70, é baixo para um vinho que recebeu palavras tão entusiasmadas de Parker e, por isso mesmo, deve aumentar nos próximos lotes.

Matéria publicada na Revista VIP de junho de 2012.
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