domingo, 24 de junho de 2012

Expectativa de vida do brasileiro chega a quase 72 anos; Nordeste tem ganho maior
Larissa Guimarães
Em São Paulo
A expectativa média de vida do brasileiro atingiu a marca de 71,9 anos. É o que mostra a pesquisa Tábua de Vida 2005 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta sexta-feira. A esperança de vida do brasileiro passou de 71,7 anos, em 2004, para 71, 9 anos, em 2005 - um aumento de dois meses e 12 dias. Esse indicador estima que a geração que nasceu no ano passado viverá, em média, até os 71,9 anos.

A pesquisa do IBGE também comparou a esperança de vida ao nascer entre 2000 e 2005 nas regiões e Estados brasileiros e descobriu que os maiores ganhos ocorreram nas regiões Norte e Nordeste. Embora ocupem os últimos lugares no ranking da esperança de vida ao nascer, os Estados de Alagoas, Maranhão e Pernambuco alcançaram os maiores aumentos. Nos dois primeiros Estados, o ganho foi de 2,1 anos de vida. Em Pernambuco, a expectativa aumentou dois anos de 2000 para 2005. 

A comparação da expectativa de vida entre os Estados revela as desigualdades e contrastes regionais do país. Enquanto o Nordeste figura no ranking com a pior média (69 anos), a região Sul tem a maior expectativa de vida, de 74,2 anos (veja quadro). Os Estados daquela região também registraram os menores acréscimos na esperança de vida ao nascer: Rio Grande do Sul (1,4) e Santa Catarina (1,3). 

Uma diferença de 8,9 anos separa o campeão da expectativa de vida no país, o Distrito Federal, com 74,9 anos, de Alagoas, último da lista com 66. O contraste, entretanto, vem caindo: em 2000, a diferença era de 9,8 anos. 

Embora o país tenha avançado entre os anos de 200 e 2005, ainda é preciso melhora "considerável" para alcançar os vizinhos latino-americanos, segundo a demógrafa Ana Maria Nogales, diretora do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da UnB (Universidade de Brasília), que analisou os dados da pesquisa do IBGE. 

"Estamos atrás de países como México, Argentina e Chile. Ainda falta muito trabalho para comemorarmos", avalia. De acordo com ela, a expectativa na Argentina e no Equador é de 74 anos; no Chile, de 76 e, no Uruguai, de 75 anos.

Para Ana Maria Nogales, as diferenças regionais no país aparecem porque enquanto algumas regiões contam com boa estrutura de assistência à saúde, outras ainda não têm saneamento básico. "Os resultados são reflexo da desigualdade entre os Estados. Não é à toa que um brasileiro nascido no Distrito Federal tenha uma esperança de vida ao nascer bem superior a quem nasce e vive em Alagoas", disse.

Diferença entre os sexos
A vida média das mulheres permaneceu maior que a dos homens entre 2000 e 2005. No ano de 2000, a expectativa para as brasileiras era de 74,4 anos, enquanto os brasileiros viviam em média 66,7 -uma diferença de 7,7 anos. Em 2005, a esperança de vida ao nascer ficou em 75,8 para o sexo feminino e 68,2 para o sexo masculino; ou seja, as mulheres tinham 7,7 anos em seu favor. 

A diferença de esperança de vida ao nascer entre homens e mulheres se deve, em parte, por conta da violência contra os brasileiros do sexo masculino em idade jovem, afirma a demógrafa Ana Maria Nogales. "O risco de morte em cada idade é levado em conta no cálculo da vida média".

Mortalidade infantil 
Para o IBGE, dois fatores podem explicar os avanços quanto a expectativa de vida no país: a melhoria "relativa" de serviços à população e a queda da mortalidade infantil no país entre 2000 e 2005. 

MORTALIDADE INFANTIL
NORTE30,926,613,9%
NORDESTE45,238,215,5%
SUDESTE22,218,914,9%
SUL20,517,216,1%
CENTRO-OESTE23,320,113,7%
MÉDIA/PAÍS30,125,814,3%
REGIÃO20002005REDUÇÃO
A taxa de mortalidade infantil caiu 14,3% no período, segundo a pesquisa do IBGE. No ano de 2000, a cada mil crianças nascidas, 30,1 morriam antes de completar o primeiro ano de vida. Em 2005, o número de mortes em um grupo de mil pulou para 25,8.

A maior redução de mortalidade infantil no país ocorreu na região Sul - de 16,1%. Lá, o número de crianças que morriam, antes do primeiro ano de vida, em um grupo de mil, passou de 20,5 para 17,2. 

Em 2005, o Rio Grande do Sul foi o Estado com a mais baixa taxa de mortalidade infantil, com 14,3%. São Paulo ficou em segundo no ranking, com 16,5%. No fim da lista estão os Estados de Alagoas e Maranhão, com as piores taxas de mortalidade infantil. Em Alagoas, de cada 1.000 crianças nascidas em 2005, 53,7 não chegaram a completar um ano de vida. No Maranhão, foram registradas 42,1 mortes em um grupo de mil crianças em 2005.
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