quarta-feira, 27 de junho de 2012


Somos animadores de torcida

A ciclista Evelyn Araripe já foi atropelada, mas continua pedalando e mostra a novatos rotas seguras

COBERTURAPERSONAGEMVIDA URBANAVOZES DA CIDADE

http://www.camisasmyway.com.br/

Evelyn auxilia ciclistas iniciantes criando rotas para o dia a dia (Foto: Marcos Muniz/Época SP)
Por Luiz Felipe Orlando / Fotos: Marcos Muniz
EVELYN ARARIPE, BIKE ANJO, 26 anos, quatro de voluntariado
Estava acostumada a pedalar em Sorocaba, mas encostei minha bicicleta quando mudei para São Paulo, em 2008, porque tinha medo. A situação mudou quando uma turma de ciclistas me apadrinhou e montou uma rota segura para eu ir ao trabalho de bike [Evelyn era assessora na Secretaria do Meio Ambiente do Estado; desde fevereiro, trabalha na ONG Parada Vital]. Fiquei mais confiante e logo já estava ajudando os novatos.
Só fomos formalizar o Bike Anjo, movimento de apoio aos iniciantes, dois anos depois, em dezembro de 2010. Hoje temos 200 voluntários inscritos em 20 cidades. Recebemos 30 pedidos de orientação por semana via site, 70% deles vindos de São Paulo. O trabalho é voluntário, só cobramos quando empresas nos contratam para organizar passeios.
Monto a rota para iniciantes priorizando ruas mais tranquilas, evitando contramãos e subidas íngremes demais. Testamos o caminho juntos no fim de semana e algumas vezes acompanho o novo ciclista até o trabalho. É comum surgirem amizades e até casais entre eles. A gente brinca que somos bike cupidos.
Fui atropelada uma vez. Um carro me acertou de ré e eu estava sem capacete. Meu pulso abriu e machuquei a testa. Tinha um compromisso como bike anjo agendado e não pude ir. No fim, a menina criou coragem e conseguiu fazer o percurso sozinha. A gente faz um trabalho psicológico. No fundo, somos animadores de torcida.
A bike anjo já foi atropelada uma vez, mas não deixa o meio de transporte (Foto: Marcos Muniz/Época SP)

Nenhum comentário:

Postar um comentário