sexta-feira, 22 de junho de 2012


Sedes não estão prontas para deficientes, diz diretor do Portal 2014

Para Rodrigo Prada, cidades da Copa ainda precisam melhorar muito suas condições de acessibilidade

Audiência teve participação do deputado Romário (à esq.) (crédito: Agência Câmara)
Tamanho da letra
 
Da Agência Câmara - Brasília 
http://www.camisasmyway.com.br/
O assessor do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) e diretor do Portal 2014, Rodrigo Prada, afirmou ontem (20), na Câmara dos Deputados, em Brasília, estar preocupado não só com a acessibilidade dentro dos estádios da Copa do Mundo de 2014, mas também com as próprias cidades-sede.
Prada citou um levantamento segundo o qual a cidade de São Paulo, por exemplo, teria apenas 30 táxis adaptados para cadeirantes. Outro receio é com relação ao cumprimento do Decreto 5.296/04, que reserva pelo menos 2% dos assentos em arenas esportivas para pessoas com deficiência.
Para que isso fosse cumprido, informou o diretor doPortal 2014, o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, com capacidade para 70 mil lugares, deveria ter 1,4 mil assentos especiais, mas o número apresentado no projeto da obra é de apenas 66.
Prada citou ainda estudo segundo o qual a média de assentos especiais nos estádios das duas últimas Copas (na Alemanha, em 2006; e na África do Sul, em 2010) foi, respectivamente, de 0,2% e 0,3%. “A Fifa faz uma série de exigências para atender ao público VIP, porém, no que diz respeito à acessibilidade, determina apenas que se siga a legislação local”, criticou.
De acordo com o assessor, a média atual nas arenas brasileiras é ainda menor: 0,01%. “O slogan da Copa é ‘Juntos num só ritmo´. Precisamos dar acesso a todas as pessoas que virão ao evento e visitarão nossos pontos turísticos”, afirmou.
Conflito de legislações 
Por sua vez, o conselheiro do Sinaenco, Leon Myssior, reclamou do excesso de normas, no País, sobre a acessibilidade nos espaços públicos. “A legislação é excessivamente complexa para ser cumprida. Além do decreto federal, os municípios têm sua autonomia, o que, às vezes, gera contradições e deixa os arquitetos perdidos”, argumentou.
Ele mencionou ainda que, para a Copa, a maior dificuldade para atender às necessidades do público com deficiência está nos estádios que estão sendo reformados. Leon defendeu a necessidade de maiores investimentos nessas obras.
Os debatedores participaram de audiência pública da Comissão de Turismo e Desporto sobre a acessibilidade nas arenas da Copa do Mundo de 2014. A sessão foi convocada pelo deputado e ex-jogador de futebol Romário (PSB-RJ).

Nenhum comentário:

Postar um comentário