Admite-se prefeito: Conheça os candidatos à prefeitura de São Paulo
Por enquanto, há 12 candidatos na disputa pela vaga. Para ajudar na seleção, listamos os currículos, as promessas e as manias de onze deles
CIDADANIA, ENTREVISTA, PERSONAGEM, VIDA URBANA - - 09/07/2012
Procura-se administrador com urgência. O trabalho consiste em gerenciar um orçamento de R$ 38,7 bilhões anuais, cuidar de uma área de 1,5 mil quilômetros quadrados e resolver problemas de 11,2 milhões de pessoas. É preciso ter mais de 18 anos e saber trabalhar em equipe. Versatilidade, pulso firme, compromisso e espírito de liderança são características desejáveis. Não são exigidos diploma universitário nem inglês fluente. O salário é de R$ 24.117,62. Com benefícios.
Não há registro de que a prefeitura tenha, em algum momento, publicado anúncios com o objetivo de recrutar interessados em participar do processo seletivo. O cargo é suficientemente atraente para que os candidatos se apresentem por iniciativa própria. Até o final de maio, 13 pessoas manifestavam interesse pela vaga – desde então Netinho de Paula e Luiz Flávio D’Urso saíram da disputa e José Maria Eymael se candidatou. O período de oficialização de candidaturas começou no dia 6 de junho – e os partidos e coligações têm até 5 de julho para inscrever suas chapas na Justiça Eleitoral. A campanha autorizada começa nesta sexta-feira (6/7).
A largada da corrida que irá definir o sucessor de Gilberto Kassab, porém, já foi dada há muito tempo. O PT formalizou em novembro a pré-candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad. A esperança do partido é que a participação efusiva de Lula na campanha magnetize o eleitorado, como ocorreu na disputa que alçou a ex-ministra Dilma Rousseff ao Palácio da Planalto, em 2010. Na pesquisa do Ibope divulgada em 9 de maio (é ela que orienta a posição em que os candidatos aparecem nesta reportagem), Haddad está em sétimo lugar, com 3% das intenções de voto. Na dianteira, com 31%, aparece José Serra, pré-candidato escolhido em convenção do PSDB realizada em março. A decisão de disputar novamente a prefeitura adiou mais uma vez o plano de Serra de concorrer à Presidência (ele foi derrotado por Lula em 2002 e por Dilma em 2010).
Outros candidatos com grande visibilidade e chance de vitória são o autor de best-sellers Gabriel Chalita (PMDB) e o fiscal do consumidor Celso Russomanno (PRB). Netinho de Paula (PCdoB), que chegou a ter 8% das intenções de voto, abandonou o páreo em favor de alianças. Outros postulantes poderão trilhar o mesmo caminho, o que promete embaralhar os números (e a corrida) nas próximas pesquisas. A única coisa certa, por enquanto, são os desafios superlativos daquele que será o próximo prefeito de São Paulo – o oitavo escolhido em eleições diretas após a redemocratização.
Entre todos os desafios, o que o paulistano mais gostaria de ver resolvido é o nó do trânsito. Foi o que revelou uma pesquisa inédita realizada em maio por Época SÃO PAULO, em parceria com o instituto Conectaí (braço on-line do Ibope). As dificuldades de locomoção, o tempo desperdiçado nos engarrafamentos, a ausência de um plano mais eficiente de mobilidade, tudo isso motivou 40% dos 254 entrevistados a eleger como prioridade para a próxima gestão o investimento em transportes. A mesma preocupação se verifica em boa parte das sugestões formuladas, a pedido da equipe de reportagem, por representantes de diversos setores da sociedade, de urbanistas a atletas, de empresários a intelectuais, implicados na busca por uma cidade melhor. “Qual sua proposta para o próximo prefeito?”, foi a pergunta repetida a todos eles. As reações foram, quase sempre, prolíficas e entusiasmadas. “Eu poderia citar uma lista de sugestões que fossem de A a Z”, afirmou o cineasta Fernando Meirelles. “Os serviços prestados pela prefeitura, de modo geral, ainda são muito ruins”, disse Pedro Herz, dono da Livraria Cultura.
Como melhorar o trânsito numa cidade em que são emplacados 1.160 veículos a cada dia? O que fazer para coibir o consumo de drogas e oferecer atendimento adequado aos dependentes químicos que povoam a Cracolândia? Quais estratégias seguir para diminuir o índice de homicídios? As propostas, reunidas a partir da próxima página, serão encaminhadas aos comitês de todas as campanhas. Algumas ideias são controvertidas, como a da criação de salas onde o consumo de crack seria autorizado. Outras são de difícil execução, como a sugestão de transformar o Minhocão num parque. Há, ainda, propostas que levariam anos para ser implementadas completamente, como a de enterrar todos os fios elétricos que hoje cruzam as ruas, de poste em poste. Em quase todos os casos, seja qual for o custo financeiro ou político, as iniciativas são urgentes – e em algum momento terão de ser adotadas. Aliás, embora seja direcionada para o próximo prefeito, essa lista pode perfeitamente entrar na agenda de Gilberto Kassab. Ele ainda tem sete meses no cargo.
Clique abaixo e leia o perfil de cada candidato:













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