terça-feira, 5 de junho de 2012


Sambô para todos os gostos

Amigos misturam rock e samba e descobrem a receita (animada) do sucesso

Por: Anderson Nascimento
http://www.camisasmyway.com.br/
    Sambô durante show no distinto Club A São Paulo
    Sambô durante show no distinto Club A São Paulo 
    Créditos: Carol Mendonça
    Informal como uma roda de samba, pulsante como um show de rock. Assim são as apresentações do Sambô. Surgido em 2005, em Ribeirão Preto, no interior paulista, o grupo tem atraído pequenas multidões para suas animadas apresentações, que trazem no setlist clássicos de artistas como Janis JoplinRolling Stones e U2 em arranjos mais “pagodeados”.
    O Sambô teve um início descompromissado, como revela o tecladista Ricardo Gama: “A gente se reuniu para fazer um som. Nós já nos conhecíamos de outras situações e eu, diferente deles, estava sem tocar”. “Churrasco na piscina, sabe?”, complementa o vocalista San. Passados sete anos desde a reunião orquestrada às pressas para um showzinho entre amigos, o Sambô já se apresentou no Big Brother Brasil, caiu no gosto da galera e agora tem uma concorrida temporada de shows no Club A São Paulo, uma das casas mais chiques e com público mais seletivo da capital paulista.
    E foi justamente antes de uma dessas apresentações que o Sambô atendeu a reportagem do ObaOba. “Se você pegar o iPod de cada um aqui, encontra de tudo. Tem Célia Cruz, Zeca Pagodinho, Led Zeppelin, Stevie Wonder. Na hora de fazer um som, você lembra de tudo isso que ouviu”, contou San. E o show do Sambô no Club A justificou a “bagunça” nas influências musicais dos integrantes. Com um repertório variado, o grupo do interior paulista mostrou ao público “classe A” da casa noturna que rótulos não servem para o som deles.
    Além de tocar clássicos do nosso samba como “Não Deixe o Samba Morrer”, consagrada na voz de Alcione na década de 1970, o Sambô também apresentou as já clássicas versões de “This Love”, do Maroom 5; “Mercedes Benz”, de Janis Joplin; e “Satisfaction”, dos Rolling Stones, entre outras. O público, já acostumado com a mistura, sambava e vibrava enlouquecidamente a cada batuque do pandeiro e acorde do cavaco do grupo.
    “O Sambô fica muito feliz de poder levar essa música de raiz, brasileira, para pessoas de outras classes, que na teoria não gostam do som”, declarou o tecladista Ricardo, com satisfação. Mas nem tudo são flores na vida do Sambô. E a mistura de ritmos tão distintos incomoda alguns extremistas, como revelou San: “Existe uma critica ou outra de alguns radicais”. Mas os radicais são minoria e passam longe dos animados shows do banda.
    Misturar rock com samba é o segredo do sucesso do Sambô? Difícil afirmar com propriedade. Mas Ricardo arrisca uma teoria: “É muito raro um brasileiro não gostar de samba. Mas às vezes ele vai criando tantos rótulos durante sua história, que acha mais legal falar que não curte”. O Sambô trabalha firme para acabar com esses preconceitos, e cada show dos caras é uma celebração ao diferente, a inusitada mistura de gêneros musicais tão distintos, mas tão parecidos.
    Para celebrar a união entre o rock e o samba, a pedido do ObaOba, todos os integrantes do Sambô escolheram ícone dos dois estilos musicais. Olha só o resultado da “pesquisa de campo”, talvez ajude a entender a mistura que é o som dos caras:
    San (vocal e pandeiro): Van Hallen e Arlindo Cruz
    Ricardo Gama (teclados): Erasmo Carlos e João Bosco
    Julio Feijuca (vocal, cavaquinho, guitarra e banjo): Jimmy Hendrix e Cartola
    Zé da Paz (pandeiro): Creedence Clearwater Revival e Beto Ribeiro
    Max Leandro (surdo e rebolo): U2 e Zeca Pagodinho
    Sudi Lisi (bateria): Deep Purple e Djavan

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